Jornalista e modelo, Lygia Fazio, morre aos 40 anos.

Lygia Fazio, jornalista e modelo, morre aos 40 anos.
Por: Raymund Lyra
Na quarta-feira, 31 de maio, a modelo e jornalista Lygia Fazio morreu aos 40 anos. A notícia foi divulgada pelo seu irmão, George Ricardo, no perfil do Instagram dela. “Pessoal, infelizmente nossa guerreira fez a passagem”, revelou a nota compartilhada nos Stories.
A modelo estava internada há cerca de três semanas devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral). O velório aconteceu nesta quinta (01), na cidade de Taboão da Serra, em São Paulo.
Os problemas de saúde da jornalista começaram há aproximadamente três anos, quando as substâncias que aplicou no bumbum para finalidades estéticas, PMMA e silicone industrial, se espalharam pelo seu corpo, provocando muitas infecções. Em 2022, ela, que também era ex-musa do Coritiba e da Acadêmicos do Grande Rio, chegou a ficar 100 dias hospitalizada.
Durante esse período, Lygia se submeteu a várias cirurgias para a retirada de três quilos de silicone industrial. Nos Stories do seu perfil no Instagram, a jornalista Meiri Borges, amiga de Lygia, contou alguns detalhes sobre a difícil jornada enfrentada pela modelo.
“Tudo começou porque ela colocou uma substância no corpo para deixar o bumbum maior. Ela sempre queria a perfeição, sempre foi muito linda, aquela mulher que arrancava suspiro por onde passava. Uma mulher belíssima, e aqui não cabe nenhum julgamento. Ninguém tem o direito de julgar a vida de ninguém”, iniciou Meiri.
“Ela queria sempre estar mais bonita, se sentir melhor com o corpo dela e, para isso, buscou ajuda de pessoas que não eram profissionais. Por um tempo, acho que os médicos realmente aplicavam substâncias que eram legalizadas e tal, mas, depois, ela queria mais e os médicos não queriam fazer. E ela foi para procedimentos clandestinos. E foi a bomba-relógio da vida dela”.
“Por esses três anos, ela tentou a cura, tentou tirar essa substância, mas não saiu por inteiro, e isso gerou muitas infecções, muitos problemas para vida dela. Ela teve recentemente um AVC que a deixou hospitalizada”, relatou.
OS RISCOS DO PMMA E DO SILICONE INDUSTRIAL
O PMMA é uma substância sintética feita com um material semelhante ao plástico, o polimetilmetacrilato, que costuma ser utilizada, contraindicadamente, em procedimentos estéticos, por exemplo, para preenchimento de lábios e para dar volume aos glúteos.
Segundo o Dr. Daniel Coimbra, o PMMA, por não ser absorvível pelo organismo, tem efeito permanente. “Ele dura para sempre, ou seja, não é possível retirá-lo do corpo e, quando se tenta fazer isso, é necessária uma cirurgia para tirar o tecido no qual o composto está injetado", explica.
A dermatologista Helena Costa lista as principais complicações que podem surgir devido ao uso do PMMA. “Endurecimento da região, migração do produto, manchas, infecção, morte do tecido, embolia pulmonar, deformidade e uma reação inflamatória cíclica incurável, muito difícil de tratar”.
Quanto ao silicone industrial, é fundamental destacar que ele não é aprovado por nenhum órgão regulatório e que não é possível removê-lo do organismo. Portanto, não deve ser utilizado em nenhuma hipótese. “Além de se espalhar para outras partes do corpo, provoca reações alérgicas e de corpo estranho”, diz o Dr. Daniel.
Existem alternativas saudáveis para quem quer mudar a aparência dos glúteos. “O bioestimulador de colágeno, por exemplo, é uma boa opção para melhorar a firmeza e o contorno. Já os produtos feitos com ácido hialurônicos são recomendados para aumentar a região, uma vez que são seguros e reversíveis, caso necessário”, fala o especialista.